23 personas numa só mente e corpo: Fragmentado

M. Night Shyamalan, após alguns filmes de conteúdo fraco, ataca o establishment com um filme que claramente faz diversas referências ao Ocultismo moderno: Fragmentado (original: Split).

O filme conta a história de Kevin, que desenvolveu um total de 23 personalidades múltiplas, com o potencial de uma 24.ª que — do ponto de vista Ocultista — ainda seria a inicial, desconstruída, com mais 23 construídas.

Vinte e três. Incluindo arquétipos (ex.: Tarot ou Wicca) como a grande mãe, o tolo, o deus forte e fértil etc.

E como é esse processo de criação de novas personalidades, por que ele acontece? Como um mecanismo de defesa do cérebro para lidar com situações nas quais a personalidade inicial não consegue.

Estudantes de qualquer tradição mística conseguem fazer a correlação imediata entre a supressão da personalidade inicial com a morte do ego, e o surgimento de novas personalidades com o processo de invocação de entidades ou deidades.

As referências ao Ocultismo no filme são tão ousadas que chegam ao ponto de a psiquiatra renomada que cuida do caso questionar se não seria dessa capacidade aparentemente impossível de se reconstruir, de se reformular, a fonte do que chamamos de sobrenatural — em um simpósio internacional em Paris.

Interpretação fascinante do protagonista James McAvoy, conhecido por viver o jovem Charles Xavier no universo cinematográfico dos X-Men; edição e fotografia limpas; agradável dosagem de suspense e revelações; e um elenco de suporte muito competente fazem deste filme uma das melhores contribuições mainstream para a divulgação do Oculto.

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Se você estuda ou pratica qualquer tradição, provavelmente vai se deleitar com o filme!